Notícias Artigos

O que muda nas ações de uma estatal que é privatizada?

Entenda o que acontece no processo de privatização e como isso reflete nos ativos da companhia.

Autor: Fernanda TeodoroFonte: A Autora

Quando uma empresa estatal é privatizada, há uma mudança de gestão. O fato interfere diretamente no desempenho das ações, que têm o valor definido por conta de diferentes fatores, incluindo a performance da companhia. Para os investidores, é necessário compreender os impactos da privatização para decidir sobre quais investimentos valem a pena ser realizados.

A recente privatização da Eletrobras, empresa do segmento de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, reacendeu as discussões entre analistas do mercado financeiro sobre privatizar ou não as estatais.

Na prática, como explica a Fundação Instituto de Administração (FIA), a privatização significa a transferência de uma instituição que integra o setor público para o privado. Dessa forma, uma estatal que foi criada através de uma lei e pertence ao governo, após ser privatizada, torna-se uma pessoa jurídica comum, sendo propriedade de empresários e gerenciada por eles.

Em suma, quem defende a privatização acredita numa melhor gestão e maior geração de riqueza por parte da iniciativa privada. Já os que mostram-se contrários temem a precarização das relações de trabalho e argumentam que o setor público também é capaz de fazer uma boa gestão.

Reflexo na bolsa de valores

Antes mesmo da conclusão da privatização da Eletrobras, o relatório da Eleven Financial Research destacou que a empresa poderia melhorar questões estratégicas, operacionais e de governança com a transferência da gestão para a iniciativa privada. Diante disso, os papéis seriam valorizados.

Diante do otimismo do mercado financeiro, era esperada uma disparada no preço dos ativos da companhia no curto prazo. A movimentação seria motivada pelo maior interesse dos investidores.

No entanto, a expectativa não se concretizou. No dia 10 de junho, antes de ser privatizada, a ação da Eletrobras (ELET3) fechou em R$ 41. Desde a privatização, no dia 13 daquele mês, foi observada uma crescente tímida com pequenas margens de oscilação. O ativo alcançou o pico de R$ 51,57 em 4 de novembro.

Apesar disso, as projeções do mercado financeiro seguem otimistas. Os bancos BTG Pactual e JP Morgan anunciaram, inclusive, o retorno da cobertura das ações da companhia.

Outro motivo que tem garantido o otimismo de analistas financeiros foi o anúncio feito pela Eletrobras, em outubro, de que migraria para o Novo Mercado, segmento da Bolsa de Valores (B3) direcionado para companhias que adotam políticas de governança corporativa adicionais às exigidas na legislação brasileira.

É hora de incluir o ativo na carteira de investimentos?

Diante de resultados que não deslancharam como o esperado, porém com a manutenção de projeções otimistas por parte do mercado financeiro, muitos investidores seguem em dúvida sobre investir ou não nas ações da Eletrobras.

De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), antes de incluir qualquer ativo na carteira de investimentos, é recomendável estudar o produto, o mercado financeiro e o cenário econômico.

No caso das ações, o conhecimento sobre o produto inclui, além das principais características – como segurança, rentabilidade e liquidez –, uma avaliação sobre a companhia.

Quando o investidor adquire uma ação, ele torna-se acionista da empresa. Por isso, a Anbima reforça a importância de saber informações sobre o negócio: como é a gestão da companhia, como está o setor em que ela atua, qual foi o desempenho dos últimos meses e qual é a projeção para os próximos.

Segundo a Anbima, há vários fatores que impactam diretamente no comportamento das ações, sendo a gestão um deles. Os cenários econômico nacional e internacional, a concorrência dentro do setor de atuação, as movimentações do mercado financeiro e o interesse dos investidores são outros aspectos que devem ser avaliados.

Compartilhar