O boleto é um dos meios de pagamento e cobrança mais difundidos no território nacional. No entanto, ele só é processado em dias úteis e, normalmente, confirmado com um atraso de 2 a 3 dias úteis, o que tem perdido espaço consideravelmente no dinamismo do mundo digital.

Cada etapa de um boleto, como emissão, registro, edição, cancelamento e pagamento demanda uma segunda etapa de confirmação, uma vez que todas elas são processadas na Câmara Interbancária de Pagamentos, responsável pela centralização das informações bancárias. O pix, por sua vez, possui um outro ambiente de micro serviços, porém demanda bem menos tempo para todos os processos necessários.

Estudos recentes mostram que quase metade dos brasileiros prefere realizar pagamentos via boleto bancário e em lotéricas. A maior familiaridade com a interface tangível, o boleto facilita a organização de algumas famílias. Já o pix, lançado oficialmente em 2020, se popularizou rapidamente devido a facilidade de pagamentos e transferências realizadas instantaneamente, sem custos adicionais ou burocracias, podendo ser realizado pelos dados ou pelo envio de um código/ QR Code enviados por quem receberá o dinheiro.

Se por um lado muitos clientes gostam e se organizam melhor por meio dos pagamentos via boleto bancário, o pix traz o dinamismo necessário para as transações. Dessa necessidade, foi desenvolvida a tecnologia do “bolepix”, que une o melhor dos dois mundos: a segurança jurídica de um boleto e a rapidez de um pagamento Pix.

Essa tecnologia atende tanto quem está mais acostumado a realizar pagamentos via boleto - mas com a compensação rápida do pix-, quanto para quem já utiliza o formato pix, o que pode agilizar diversos processos de compras através de sites de e-commerce, por exemplo.

O bolepix é mais barato que o boleto, além de permitir maior agilidade na hora de atualizar informações, conceder descontos ou realizar qualquer modificação que se faça necessária, sendo portanto um formato mais flexível para customizações e ajustes que podem surgir durante negociações em processos de compra e venda.

O modelo já demonstra ser uma das principais tendências de inovação para facilitar, ainda mais, que diferentes pagamentos sejam realizados com a segurança e rapidez tão buscadas por comerciantes e clientes.

Sobre o autor

Marcelo Bentivoglio iniciou sua carreira no banco Goldman Sachs, na área de Electronic Trading. Em 2015, foi pioneiro ao fundar a fintech de crédito para PMEs Banfox, vendida em 2019, mesmo ano em que assumiu a área de Banking as a Service da Socinal CFI. Em 2021, Marcelo se juntou ao time de fundadores da QI Tech, empresa de tecnologia com licença bancária e primeira SCD aprovada pelo Banco Central do Brasil, e hoje é o sócio responsável pela estratégia da companhia. Marcelo é bacharel em Economia pelo Insper.