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"Quer um funcionário feliz no trabalho? Escute-o", indica professor FGV sobre a saúde mental dos colaboradores

Especialista em cuidar do bem mais precioso das empresas - as pessoas, o setor de Recursos Humanos sempre teve como papel essencial dar o suporte para gestores, para que eles consigam ter o melhor desempenho

Especialista em cuidar do bem mais precioso das empresas - as pessoas, o setor de Recursos Humanos sempre teve como papel essencial dar o suporte para gestores, para que eles consigam ter o melhor desempenho, resultado e eficácia dos colaboradores. Hoje em dia, além das demandas rotineiras, o RH tem como desafio criar técnicas, ferramentas e fornecer estrutura adequada para cuidar, manter e zelar pela saúde mental de todo o time.

A palavra de ordem é escutar. Quer ter um funcionário feliz no trabalho? Escute-o. As empresas que conseguirem manter ou implementar um programa de cuidados mentais e saúde dos funcionários, sairão na frente. Já as instituições que não tiverem um time mentalmente preparado, não vão conseguir ganhar a corrida nesse período de dificuldades”, alerta o coach de carreira e professor da IBE Conveniada FGV, Vagner Sandoval Marcelino.

Segundo o especialista, hoje, é possível observar um desgaste emocional muito alto dos colaboradores, pois além da cobrança em relação às metas do mundo corporativo, encontramos a soma do medo causado pela pandemia, a enxurrada de trágicas notícias, dificuldades do home office e isolamento social. “A soma dessa conta é o surgimento de novos sentimentos para gerenciar, como o estresse, depressão, ansiedade e procrastinação”, explica Sandoval.

O professor alerta que, além dos resultados, as empresas devem se preocupar com as condições pelas quais as metas estão sendo batidas. “É necessário identificar as condições de trabalho do colaborador, não apenas as entregas e resultados obtidos por ele. Mesmo com todos os nítidos riscos atuais relacionados à saúde mental, são poucas as empresas que se preocupam com isso”.

O resultado da comparação entre as companhias que se preocupam com a saúde mental dos colaboradores e as que não se preocupam, fica por conta do resultado final das atividades e alcance de metas. “As empresas que não se atentam aos aspectos ligados à saúde mental, vão sentir o impacto na execução da operação. Ou seja, se quem gera o recurso está doente, não há possibilidades da empresa gerar um bom trabalho, nem os recursos necessários para obter os resultados e, consequentemente, a sobrevivência dos negócios estará em risco”, explica o professor da IBE Conveniada FGV.

Como alternativa para minimizar os impactos à saúde mental, Sandoval indica que o RH oriente os gestores para a realização de rodas de conversa semanais, com um bate-papo que não fale sobre metas ou resultados.

Também é importante abrir canais de comunicação sistêmicos e ativos, ferramentas para medir o grau de adesão e participação, implantação de sistemas e programas de feedback, além de proporcionar momentos leves, onde as pessoas exponham o que está acontecendo dentro de casa, os conflitos, as dificuldades ou desabafos além das questões profissionais.

“Seja empático, entre em ação e tenha atitudes. Escute o funcionário e dê uma resposta às necessidades dele, mesmo que seja uma resposta negativa para o que ele propôs. Faça ele se sentir confortável e confiante, como se a empresa estendesse a mão. O setor de RH precisa elaborar ações para que a instituição seja um porto seguro do colaborador”, explica o coach.

Reflexo dentro e fora do ambiente de trabalho

Poderoso e incisivo, assim o especialista considera o reflexo dos cuidados da saúde mental recebidos na empresa, levados para dentro da residência do colaborador, afinal, de nada adianta contratar os melhores profissionais e disponibilizar as melhores ferramentas de trabalho se os funcionários não se sentem bem recebidos e felizes no trabalho. O que acontece na empresa será fatalmente refletido em casa, às vezes, de uma forma ainda mais agressiva.

Segundo Vagner Sandoval, se o funcionário leva todos os problemas da empresa para casa, está ansioso e estressado, e qualquer conversa que cause ruído, se tornará uma grande crise dentro de casa, desestabilizando o relacionamento familiar.

“Se o colaborador tem incertezas sobre os rumos da empresa, não tem acesso às atividades de planejamento estratégico, não encontra canais de comunicação para solucionar as dúvidas ou alguém de confiança para desabafar os dilemas, isso irá causar um verdadeiro tumulto. Em resumo, fugir dos cuidados com a saúde mental do colaborador, é negligenciar os futuros resultados das empresas”, finaliza.

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